terça-feira, 26 de abril de 2011

Riscos declináveis.

Como explicar para os clientes que seus riscos não são mais aceitáveis?

Foram mais de quinze anos para que a abertura do mercado de seguros se concretizasse. Conquistada esta vitória, o que se vê agora é uma discrepância e recusa de inúmeros riscos que estão prejudicando diretamente o segurado, que antes contava com coberturas e proteção.

Humberto Marques, diretor executivo da Bradesco Seguros, comenta que após a abertura do mercado as seguradoras avaliaram suas carteiras, definindo e identificando nichos de negócios. “Buscando, assim, as resseguradoras a partir de avaliações internas de espaços e tarifas”. Wady Cury, diretor técnico da Mapfre, informa ainda que os contratos de resseguro trouxeram uma nova tarefa às seguradoras, “elas passam a ser gestoras de contratos e é natural que a resseguradora interaja na aceitação do risco”.

Neste novo cenário, o corretor tem um papel fundamental na colocação do risco. “A grande questão é como transformar riscos declináveis em aceitáveis e o que falta no Brasil é uma padronização de colocação de risco. É preciso evoluir e as seguradoras têm a responsabilidade de estar bem preparadas (análises) para atender corretores e segurados”, defende Cury.

José Farias, diretor comercial do IRB-Brasil Re, lembra que nos últimos três anos criou-se uma grande expectativa em relação a melhores condições de preços com a abertura do mercado. No entanto, assim como Cury, ele defende que somente com uma boa análise de risco será viável uma base de aceitação. “E uma subscrição adequada requer investimento e tempo. Porém, a velocidade desse processo e desempenho não está no mesmo nível da demanda”. Bruno Freire, diretor executivo e de Negócios da Austral Re, também concorda. “Desde que o mercado foi aberto as seguradoras estão muito preocupadas com as tarifas das resseguradoras, enquanto a preocupação das resseguradoras é com a subscrição das seguradoras. Tem de haver investimentos em gerenciamento de risco para saber, até mesmo, qual seria a franquia adequada. O mercado não aceita o risco, pois não sabe como precificar”, analisa.

Recusas inexplicáveis

Boris Ber, presidente da Asteca Corretora de Seguros, enfatiza que o momento é de crise. “Não criamos um modelo sustentável de transição. Temos uma carência de profissionais nas seguradoras e nas resseguradoras de forma que não temos um interlocutor, apenas um sim ou não na aceitação de riscos. Como explicar para um cliente segurado por mais de 30 anos e que nunca teve um sinistro que não é mais possível fazer o seguro?”, questiona. E as recusas, diz Ber, não são somente de grandes riscos, mas sim de diversos. “As seguradoras estão nos deixando em uma situação delicada.”

O que não tem sido diferente para Nelson Fontana, sócio da Lazam-MDS Corretora de Seguros. “Muitos riscos patrimoniais têm sido recusados neste período de transição. Nós do mercado precisamos buscar uma solução, as seguradoras precisam dar coberturas. Nós tivemos 15 anos para nos preparar para a mudança. Não foi o suficiente?”, questiona.

Em sua opinião, três propostas podem ser levadas em consideração: o primeiro é compreender os problemas que existem; as seguradoras precisam resolver as questões de riscos específicos junto às resseguradoras e, por fim, a solução precisa ser rápida. “Os contratos de hoje estão contemplados em recusas por ramo de atividade e os riscos ruins precisam ser identificados. Tem de haver uma orientação de todo o laudo, inspeção, para que se tenha argumento com o cliente e seja possível transformar riscos declináveis em aceitáveis.”

O momento, diz Renato Cunha Bueno, coordenador do Departamento de Resseguros do Sincor-SP, é mais do que oportuno ao corretor. “Somente conhecendo o mercado e as seguradoras é que o corretor poderá saber quais são os riscos que elas aceitam e como torná-los aceitáveis. Trabalhar com seguradoras específicas e até mesmo com as assessorias para ampliar sua carteira para outros ramos, qualificando-se no segmento”, sugere.

Enquanto não há uma resposta para o problema, Mario Sergio de Almeida Santos, presidente do Sincor-SP, propõe que seja aberta uma comissão formada por representantes do mercado, seguradoras, resseguradoras e corretores. Uma decisão que foi, em unanimidade, defendida por todos os participantes do Fórum sobre Riscos Declináveis, realizado pelo Sincor-SP, em fevereiro.

Fonte: Revista Cobertura

Att.

Patricia Campos

Telefax: (31) 3463-2838 / Cel: (31) 9675-5477


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