terça-feira, 3 de maio de 2011

Mulheres, mães, investidoras...

De olho no próprio futuro financeiro, e também no dos filhos, elas se interessam cada vez mais pela previdência privada.


Os depoimentos que aparecem nesta página ilustram bem os motivos que levam tantas mulheres - em especial, as mães - a apostar na previdência privada como forma de garantir o futuro. Intenção de formar reserva de recursos para os filhos estudarem ou viajarem, preocupação com a independência financeira na aposentadoria, fuga do benefício da Previdência Social como única fonte de renda na terceira idade são alguns objetivos comuns entre as investidoras e, segundo empresas do setor, um pouco diferentes das metas dos homens nessa área.

E é crescente a quantidade de mulheres que procuram as empresas de previdência para entrar nos planos. Pesquisa da Brasilprev (empresa de previdência do Banco do Brasil) mostra que, do 1,3 milhão de clientes da empresa, 562 mil são mulheres. Em 2006, a proporção era menor, de 380 mil mulheres para um total de 933,8 mil clientes. Atualmente, as reservas (recursos acumulados para uso futuro) das clientes da Brasilprev totalizam cerca de R$ 13,6 bilhões - um grande salto, considerando que, em 2006, esse estoque não passava de R$ 4 bilhões.

A média mensal de aportes também demonstra a preocupação das mulheres com a época da velhice: o valor teve um aumento de 29%, passando de R$ 168 para R$ 216.

Nova realidade

"O primeiro passo foi a conquista do mercado de trabalho e a consequente independência financeira feminina. Agora, as mulheres cada vez mais olham para o futuro, inclusive no que diz respeito a dinheiro", diz o gerente da área de inteligência de mercado e clientes da Brasilprev, Sandro Bonfim.

Embora mesmo as mulheres sem filhos optem cada vez mais pela previdência privada como instrumento de formação de poupança, o que de fato atrai o público feminino é a preocupação com o futuro da família. Na Brasilprev, por exemplo, esse é um ponto fundamental na abordagem dos representantes da empresa às potenciais clientes. "Percebemos que elas sempre vão pensar no futuro dos filhos e na independência financeira da família, em resumo, buscam segurança", diz Bomfim.

Na Porto Seguro, outra grande empresa do setor, a participação das mulheres na carteira de clientes também é crescente: hoje, elas representam 45% dos investidores em previdência privada, ante 35% há dez anos. "A preocupação com o futuro está na alma feminina. Elas gostam de pensar na segurança, também financeira, da família, dos filhos", diz a gerente de Vida e Previdência da Porto Seguro, Ana Cristina Vieira, lembrando que as mulheres também têm cada vez maior presença na contratação de seguros de vida da Porto Seguro. "É interessante, porque elas compram mais, mas pensam muito na tranquilidade financeira", acrescenta.

Menor risco financeiro

Durante muito tempo confinadas em casa, as mulheres, naturalmente, tendem a ter menor experiência com contas complicadas, conceitos financeiros e planejamento do que os homens. Esse é um dos motivos pelos quais, segundo a doutora em Psicologia Econômica da Pontifícia Universidade Católica (PUC) Vera Rita de Mello Ferreira, elas preferem investimentos com risco mais baixo do que bolsa, derivativos etc: isso talvez ajude a explicar o interesse das brasileiras pela previdência privada.

LINDALVA VEIGA, 50 ANOS

"Acredito que as pessoas devem fazer o que puderem para garantir um futuro tranquilo, com independência financeira - ninguém se encarrega disso pelo outro. Por pensar assim decidi investir em previdência privada, já há quase 25 anos. Todos os meses separo cerca de R$ 500 para fazer aporte no plano que escolhi. Com certo orgulho, posso afirmar que sou bastante disciplinada quando o assunto é investimento para o futuro. Por exemplo, quando tenho aumento de salário, as aplicações na previdência privada também crescem. Faço tudo isso principalmente pelos meus filhos, que têm entre 18 e 27 anos. Eles podem usar o dinheiro que reservei durante tantos anos para viajar ou pagar os estudos. Além disso, eu poderei usufruir da poupança daqui a algum tempo. "

VIVIANY CARNEIRO ROCHA, 32 ANOS

"Antes de pensar em entrar em um plano de previdência privada, calculei, com a ajuda da empresa responsável pelo contrato, o valor de que precisaria quando me aposentasse. Já tenho esse tipo de aplicação há cinco anos. Descobri que precisaria aplicar R$ 325 por mês para conseguiu uma renda mensal de R$ 3,5 mil depois que completar 60 anos. Sigo o exemplo dos meus pais, que sempre se preocuparam com o futuro financeiro. Sei que a aposentadoria oficial não garante uma renda suficiente para que eu fique tranquila depois de parar de trabalhar."[2]

ARIANE MARTORELLI, 36 ANOS

"Sempre pensei em garantir meu próprio futuro financeiro. Ainda não tenho filhos, então, por enquanto, invisto em previdência para formar uma boa reserva para minha aposentadoria, para o período em que não puder mais trabalhar. Não confio na previdência pública, acho que só com ela não conseguiria sobreviver. Guardo R$ 300 por mês para ter uma renda mensal de cerca de R$ 2,5 mil quando me aposentar."

Fonte: Diário do Comércio | Neide Martingo

Att.

Patricia Campos

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