Após carnaval, governo enviará MP ao Congresso para reestruturar ECT, que vai atuar em EUA, Europa e Japão
Chico de Gois e Mônica Tavares
BRASÍLIA. O governo enviará ao Congresso, logo depois do carnaval, uma medida provisória (MP) modernizando e reestruturando a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). O texto também modificará a Lei Postal, editada em 1978. Um dos principais objetivos das mudanças é a internacionalização dos Correios, que vão poder atuar principalmente em países como Estados Unidos, Portugal, Espanha, Inglaterra e Japão, para que os brasileiros que lá residem possam fazer remessas para o Brasil, por exemplo.
A nova empresa se chamará Correios do Brasil S.A. e será uma sociedade anônima, com capital fechado, nos moldes da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
- Esta reestruturação vai permitir que os Correios tenham uma ação mais presente no exterior, principalmente visando à captação das remessas de valores dos brasileiros no exterior, que chegam anualmente a US$ 6 bilhões - afirmou o ministro das Comunicações, Helio Costa, que reuniu-se dia 08/02 com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro disse ainda que os Correios já transferem tecnologia para vários países da América do Sul, entre eles a Argentina, o Chile, o Paraguai e a Colômbia. Com a internacionalização, a troca será mais efetiva.
O objetivo é dar condições de competição aos Correios e, segundo Helio Costa, isto permitirá que o faturamento da empresa aumente em 50% em um prazo entre 18 e 24 meses. A receita anual da ECT é de R$ 12,5 bilhões, atualmente.
- A MP deverá dar aos Correios flexibilidade para que ele possa se modernizar e, certamente, estar em condições de competir principalmente com as empresas estrangeiras do setor - afirmou Costa.
A legislação permitirá ainda que os Correios atuem em outras frentes, entre elas a de prestação de novos serviços.
Um deles é o Correio Híbrido - correio digital -, pelo qual os planos do governo são transformar a ECT em um dos maiores provedores de serviços de internet.
A proposta dos Correios é entrar mais fortemente no setor de comércio eletrônico, que tende a crescer cada vez mais.
Outro ponto previsto nesta mudança é a possibilidade de formação de Parcerias PúblicoPrivadas (PPPs) na área de transporte aéreo e logística dos Correios, entre eles a parte de aviação, com a Rede Postal Noturna (RPN). A RPN movimenta, em média, 650 toneladas por ano de cargas, percorrendo cerca de 47 mil quilômetros diariamente.
Banco Postal deve ser reforçado na nova estrutura Atualmente, quando os Correios fazem os contratos para o transporte, estão limitados a um ano, o que encarece o serviço.
O mercado de leasing de aviões é de cinco anos.
- Para fazer o leasing de um avião, se o prazo é de um ano é um preço. Se são cinco anos, é 30% desse preço - completou o ministro das Comunicações.
Operado hoje pelo Bradesco, o Banco Postal também deverá ser reforçado por estas modificações. Esta associação dá um rendimento de aproximadamente R$ 250 milhões, contou Costa. Mas ressaltou que a ECT quer usar a estrutura para outros negócios, como vender seguros e chips de telefone celular, que hoje não são feitos.
Hoje o Banco Postal tem sete mil agências em todo o país, com 9,2 milhões de contas e uma movimentação de R$ 40 bilhões.
- O que pretendemos fazer é estarmos preparados para uma nova negociação (com o Bradesco) a partir do ano que vem, porque o contrato vigente termina em 2011 - explicou Helio Costa.
O ministro das Comunicações disse que foi feita uma negociação com a Frente Parlamentar da área postal e acredita que não haverá dificuldade na aprovação da medida provisória. O texto também é assinado pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Casa Civil, Dilma Rousseff. A medida provisória, lembrou Costa, é resultado de um trabalho de dois anos.
Fonte: O Globo | Economia | RJ
Comentário Patricia Campos:
Sem dúvida nenhuma a reestruturação da ECT vem de encontro com o crescimento do Brasil no mercado nacional e internacional.
No entanto, não posso deixar de ressaltar que um dos pontos desta reestruturação não trará benefícios para os consumidores finais: vender seguros.
A comercialização de seguros é muito mais que uma venda de balcão, realizada por pessoas que não estão preparadas para atender as reais necessidades do Segurado e que, com isto, acabam oferecendo coberturas inadequadas aos riscos expostos.
No dia 01/02, postei uma matéria que tem como título "Seguro só com Corretor de Seguros". Esta matéria vem reforçar a ressalva que faço agora sobre o ponto da reestruturação dos Correios.
Att.
Patricia Campos
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