Recentemente o site do Valor Econômico trouxe a pauta questões que envolvem a satisfação dos funcionários com os benefícios ofertados pelas empresas. Pensando em expandir o tema o CQCS fez uma entrevista exclusiva com a chefe da área de Benefícios a funcionários da MetLife, Maria Morris, que destacou os principais pontos caracterizadores do processo.
CQCS – Conforme publicado no Valor Econômico, no Brasil 60% dos empregados não estão satisfeitos com os benefícios que recebem de suas empresas. O que você acha que está faltando nessas empresas?
Maria Morris – Muitas empresas oferecem bons benefícios, mas não os comunicam de maneira eficiente. O funcionário deve ter conhecimento de detalhes do benefício que recebe, qual a cobertura e os custos reais caso fossem adquiridos fora do ambiente corporativo.
CQCS – Você comentou que as companhias precisam investir em ferramentas de educação para esclarecer seus funcionários acerca dos planos de benefícios oferecidos. Como isso poderia ser feito? O que pode ser melhorado?
M.M – Pode ser feito de diversas formas, dependendo da área de atuação da empresa. Um caminho bastante eficiente de comunicação com os funcionários é a internet, seja por meio de boletins informativos, central de dúvidas online e FAQ. O contato pessoal também é importante, pois humaniza o atendimento e serve para esclarecer algumas dúvidas pontuais.
CQCS – Acredita que um pacote de benefícios pode contribuir para que o funcionário “vista a camisa” da empresa?
M.M – Sem dúvida. Existe uma forte correlação entre o fornecimento de benefícios e a lealdade à empresa. Nosso estudo revelou que 72% dos funcionários brasileiros são mais leais às empresas que oferecem benefícios. Este índice cai cerca de 20 pontos percentuais entre os trabalhadores que não os recebem.
CQCS – Geralmente, qual o percentual de desconto de um plano contrato por uma empresa em comparação a um plano contratado por pessoa física?
M.M – O percentual de desconto pode variar muito dependendo do produto, por exemplo, no caso do seguro saúde os descontos podem chegar a 50%. De qualquer forma, com certeza o valor investido pelo funcionário será inferior se comparado com uma contratação “pessoa física”. A precificação feita pela seguradora na modalidade empresarial leva em conta a quantidade de funcionários, forma de contratação e outros fatores que colaboram para a redução do preço.
CQCS – Quais são os produtos mais solicitados pelas empresas?
M.M – O público brasileiro está cada vez mais consciente da necessidade de planejar seu próprio futuro e o de sua família. Nesse cenário, tem aumentado a demanda por planos de previdência privada e seguro de vida familiar. A área de planos odontológicos segue na mesma direção, com a expansão das contratações, tanto como um benefício oferecido pelas empresas quanto contratados diretamente. Nos três segmentos, ainda há muito trabalho a ser feito no Brasil.
CQCS – Como enxerga o mercado de benefícios no Brasil?
M.M – O Brasil possui uma das maiores economias do mundo e pode se esperar que continue seu crescimento global e que domine a região da América Latina em um futuro próximo. Nosso estudo de 2013 observou que as empresas brasileiras estão preocupadas tanto com o aumento de produtividade do trabalhador como com o controle dos custos dos seus pacotes de benefícios. O mercado de trabalho acirrado também está causando preocupação nas empresas que buscam reter seus talentos. O RH e os gestores de benefícios vão precisar descobrir maneiras de aumentar a satisfação profissional dos funcionários e fechar a lacuna da lealdade com a empresa. Eles podem revisar os benefícios oferecidos, mas devem fazer isso em conjunto com seus colegas da comunicação, para garantir que a mensagem seja transmitida de forma eficiente e atingindo todos os níveis da hierarquia.
CQCS – Qual a expectativa de crescimento na MetLife até o final de 2013?
M.M – A MetLife, presente no Brasil desde 1999, está expandindo suas operações e investindo em microsseguros, venda direta e consultoria financeira especializada. Os resultados globais da companhia indicam um lucro líquido de US$ 942 milhões no terceiro trimestre de 2013. Preferimos não comentar sobre projeções e expectativas da empresa, pois a Metlife é uma companhia de capital aberto, ou seja, com ações negociadas na bolsa, nos Estados Unidos.
Fonte: CQCS | Irani Nogueira
Att.
Patricia Campos
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