Rio de Janeiro
A criação de um Centro Nacional de Resseguros no Rio de Janeiro foi a grande novidade anunciada pelas lideranças do setor durante o I Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro, realizado no dia 20 de outubro, em São Conrado. Promovido pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), pela Associação Brasileira das Empresas de Resseguros (Aber) e pela Associação Brasileira das Empresas de Corretagem de Resseguros (Abecor-Re), o evento reuniu cerca 250 participantes para debater os desafios e as oportunidades que surgem com os grandes investimentos para obras estruturais no País.
Durante a abertura do fórum, o presidente da Aber, Paulo Pereira, ressaltou a importância da Carta de Resseguros do Rio de Janeiro, documento de intenções que prevê a criação do Centro Nacional de Resseguros. O projeto, que já conta com aproximadamente 17 empresas do setor, propõe integrar em um único espaço – o Porto Maravilha – toda a cadeia do mercado ressegurador, estimulando novos negócios. A iniciativa prevê ainda a concessão de benefícios fiscais do município e do Governo do Estado, como a redução do ISS para a corretagem de resseguro e para os serviços de representação de resseguradores admitidos, sediados no Rio de Janeiro.
O diretor executivo da Escola Nacional de Seguros, Renato Campos, participou da mesa de abertura do evento e parabenizou a Prefeitura e o Governo do Estado pelo apoio ao desenvolvimento do Centro de Resseguros. Ele também destacou a importância da realização deste primeiro encontro sobre o setor na cidade.
“Esperamos que este seja o primeiro de uma série, transformando este encontro em uma referência internacional para o mercado. Desde 2004, quando começamos a falar em resseguro, mais de 15 mil profissionais já passaram pela Escola Nacional de Seguros para se capacitar sobre o tema. Temos trabalhado ativamente na preparação dessa mão de obra para os novos tempos que estamos vislumbrando para o resseguro”, acrescentou.
Para o superintendente da Susep, Luciano Portal Santanna, o mercado local de resseguros está em franca expansão. Segundo ele, a previsão é de que haja uma expansão de 100% no número de resseguradoras locais no País em um ano. “Este evento será uma grande colaboração no sentido de promover a capacitação e a troca de ideias entre os profissionais do segmento”, apontou.
De acordo com o assessor da Presidência da CNseg, José Américo de Sá, o Brasil ainda é “adolescente” na indústria de resseguro, por isso a realização de encontros como este é fundamental. Já o presidente da Abecor-Re, Carlos Alberto Protásio, ressaltou que os temas debatidos no fórum estão diretamente ligados ao desenvolvimento do setor nos próximos anos.
A secretária municipal de Fazenda, Eduarda La Rocque, também participou do encontro e afirmou que o desejo de criar o Centro de Resseguros é antigo, mas que agora chegou o momento certo para sua implementação. Segundo ela, esta é a hora de aprovar o projeto de lei que reduz de 5% para 2% a alíquota do Imposto Sobre Serviço (ISS) incidente sobre a atividade de resseguros, em tramitação na Câmara de Vereadores desde 2009.
“Ao longo dos últimos três anos, a Prefeitura tem colocado em prática uma série de iniciativas, a fim de melhorar o ambiente de negócios na cidade. Além disso, finalmente temos o alinhamento político entre as três esferas de poder e também entre os setores público e privado, todos com o intuito de desenvolver o Rio de Janeiro. A criação do Centro de Resseguros permitirá a consagração dos players do setor em um único local. Isto reduzirá os custos, além de facilitar as transações”, analisou.
O diretor executivo da Rio Negócios, Marcelo Haddad, que está diretamente ligado ao projeto, destacou que o resseguro está entre os setores estratégicos da cidade, ao lado de segmentos como energia e hotelaria. Para ele, o Rio de Janeiro é uma cidade global e atrativa e abriga a sede dos maiores clientes para o segmento, além de contar com um pool de talentos. “O Porto Maravilha tem uma localização privilegiada. A área já está 100% financiada e oferece incentivos fiscais bastante atraentes para o mercado de resseguros”, completou o executivo.
Fonte: Seguro em Pauta
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Patricia Campos
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