domingo, 28 de julho de 2013

Tentativa de golpe do seguro é frustrada por policiais

Aos prantos, o analista financeiro M.G.S., de 41 anos, confessou aos policiais civis da 3ª Delegacia de Repressão a Roubos com Restrição de Liberdade (DAS), do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), ter mentido sobre o crime que teria sofrido na noite do dia 7 de junho. Na ocasião, como vítima de sequestro-relâmpago, ele contou ter sido alvo da ira dos criminosos descontentes por ele ter apenas R$ 100,00, e que por isso lhe atearam fogo no corpo, dentro de um veículo ainda em movimento, na zona sul da Capital.

fraude

Segundo M.G., após ter estacionado sua Pajero ano 2012 na Avenida Luiz Carlos Berrini, se dirigiu a uma agência bancária, retirou R$ 200,00, saiu, se lembrou de que precisaria de outros R$ 100,00 e para lá voltou, sendo este o momento em que foi abordado por dois homens desarmados que o obrigaram a retornar ao veículo, se sentar no banco traseiro com um deles, enquanto o outro os conduzia à Ponte do Morumbi. No caminho, o que estava com ele lhe pediu dinheiro, e por ter respondido estar com R$ 100,00, recebeu borrifos de um líquido inflamável e em seguida lhe foi ateado fogo.

O analista conta que, desesperado, abriu a porta do carro e se jogou na rua, conseguiu conter o fogo e buscou ajuda do outro lado da via com um taxista, que o socorreu ao Hospital São Luiz (Morumbi), onde chegou com queimaduras nas mãos, braços, pescoço, tórax e rosto. A ocorrência foi registrada no 89º DP (Portal do Morumbi) como extorsão qualificada.

A investigação

Os agentes do 89º DP localizaram a Pajero totalmente carbonizada, estacionada na Rua Francisco Tramontano, altura do nº 117. No local não encontraram testemunhas ou câmeras de segurança. Com estas informações, os policiais da equipe Phoenix 73, da 3ª DAS, entraram no caso e iniciaram suas investigações. Eles foram à região onde a vítima foi abordada e onde o carro foi deixado pelos criminosos – a distância entre os dois pontos era de 1,5km, e a 50 metros de onde estava a Pajero, a equipe encontrou uma camiseta preta parcialmente queimada e a encaminharam para perícia.

No hospital os policiais da Phoenix 73 tiveram a confirmação de que as queimaduras de M. se localizavam apenas nos braços e cabeça – algo não compatível com a descrição que ele fez do ocorrido. De acordo com a cena narrada, M. teria de apresentar queimaduras na parte inferior do corpo.

Um dos dois irmãos do analista é enfermeiro do Hospital São Luiz, ele mesmo prestou os primeiros socorros à M., o outro é regulador de sinistro sênior, e este, levado à 3ª DAS, disse aos policiais que M. não tinha intenção de vender o veículo (segurado em R$ 60 mil), pois estava em perfeitas condições, e ainda: que no dia do crime, M. vestia uma camiseta idêntica à queimada encontrada pela polícia. A linha de investigação do caso passou a ser sobre fraude.

As imagens das câmeras de segurança do hospital confirmaram que M. chegou de táxi, sem camiseta e com um pano branco enrolado na mão. Já as da agência bancária em que ele alegou ter sacado dinheiro não mostraram sua presença ou a dos criminosos que ele descreveu com riqueza de detalhes.

Na vizinhança da casa do analista, os policiais descobriram que por volta de 13:00 do mesmo dia 7 de junho, ele teria ido a uma loja de som automotivo contratar a retirada do kit multimídia (de R$ 4 mil) da Pajero, pelo que pagou com cartão, conforme cópia da nota de serviço e também imagens cedidas pela loja. No pátio de veículos sinistrados, a equipe pode ver a caminhonete e constatar que o painel havia sido de fato queimado sem o rádio.

Com essas provas e com a análise do modus operandi (no caso, forma da prática criminosa) dos assaltantes, o qual chamou a atenção dos policiais, porque em casos assim, estando a vítima já a caminho de uma agência bancária, o usual teria sido eles a acompanharem até lá e a obrigarem a sacar o dinheiro disponível.

Conclusão do caso

Após 24 dias internado, M.G.S. compareceu à 3ª DAS, no dia 15 deste mês, e negou ter ido à loja de som, porém confirmou estar com uma camiseta com as características da que foi encontrada pelos policiais.

Quando lhe foram mostradas uma foto da camiseta queimada e uma cópia da nota de serviço da loja, chorando, M. resolveu contar toda a verdade: que não foi vítima de nenhum crime. Além disso, contou que as queimaduras em seu corpo ocorreram por ele ter tentado cometer suicídio. Ele afirmou ter jogado um galão de gasolina nos bancos da Pajero, ter se sentado ali com uma das janelas abertas, e então decidido atear fogo em si mesmo.

Continuando no depoimento, o analista disse que pulou do carro e tentou apagar o fogo com as mãos, arrancou a camiseta e a lançou na rua, e que no hospital, para funcionários, policiais e sua família, sustentou a mentira. Negou, contudo, ter pretendido fraudar o seguro, ainda que tenha dado entrada no aviso de sinistro junto à seguradora. Sobre o kit, ele disse ter tirado para ajudar a esposa, no caso de sua morte.

Fonte: CBN

Att.

Patricia Campos

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