domingo, 25 de agosto de 2013

Crise econômica pode tornar seguro de crédito mais atrativo a empresas brasileiras

É provável que a procura pelo seguro de crédito tradicional seja bastante influenciada pela crise econômica, mesmo que essa crise não tenha indicadores muito concretos, analisa o presidente da CesceBrasil, Manuel Alves. De acordo com ele, o endividamento das empresas no Brasil é relativamente baixo, em comparação à média mundial, embora o endividamento das pessoas já esteja em um nível razoável. Com isso, diz, o aumento de riscos de não-pagamento está em torno de 15% ao longo deste ano.

Segundo levantamento da consultoria Serasa Experian divulgado no final de abril, o nível de inadimplência das empresas teve queda de 3,9% em março na comparação com igual período de 2012. Em relação a fevereiro, no entanto, o indicador apresentou alta de 8%. Já no acumulado do ano, foi registrado um leve acréscimo de 0,1% na comparação com os três primeiros meses de 2012.

Já o percentual de famílias endividadas chegou a 64,3% em maio, conforme dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reunidos na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O índice registrado em maio é superior ao de abril, quando o percentual alcançou 62,9%. As dívidas englobam cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro.

“Mas existe já uma percepção de que o risco é mais elevado e as empresas estão empenhadas em procurar o seguro de crédito”, diz o executivo.

No entanto, é preciso considerar que a carteira de seguro de crédito no Brasil é muito pequena. Apenas 500 empresas possuem, hoje, apólices de seguro de crédito.

“Por isso não dá para considerar a estabilidade estatística. O risco pode estar concentrado em um determinado setor e esse setor tiver, por algum motivo, um aumento da inadimplência, os números são imediatamente afetados. O movimento ainda pode estar concentrado em um grande cliente ou em um único conjunto de empresas que vendem em uma determinada região. É muito difícil no Brasil analisar a dimensão do seguro de crédito para falar em um comportamento estatístico”, relata Alves.

Além disso, a venda do seguro de crédito é realizada mais de forma ativa do que receptiva, ou seja, raramente as empresas procuram contratar o seguro de crédito. Geralmente as empresas contratantes é quem costumam receber visitas das seguradoras e corretores do ramo. “O que ocorreu a partir da ampliação do cenário de crise econômica foi a mudança postura das empresas, que estão mais dispostas a ouvir sobre o seguro de crédito”, avalia Alves.

O problema é que como o seguro de crédito torna-se mais “atrativo” para as empresas em períodos de crise econômica, por ser uma alternativa a reduzir prejuízos derivados da falta de pagamento de clientes, a oferta do seguro de crédito acaba ficando mais restritiva. “O seguro de crédito tradicional tem uma característica que é a forma como as companhias compensam os sinistros que possam ter. Ao contrário dos outros setores de atividade, primeiro fixam o preço e depois é que sabem o custo. Nas outras atividades, já se sabe o custo e o preço é fixado em função do mercado. Nós temos que fixar o preço antes de saber qual será o custo final”, observa o executivo. Por isso, quando ocorre uma situação de crise, a companhia de seguros já tem o preço definido e ficará mais exposta. Logo, a sua tendência é retirar coberturas para manter sua rentabilidade. “Foi o que aconteceu no período da crise entre 2008 e 2009: as seguradoras tiveram que retirar coberturas para reduzir os custos dos sinistros e, dessa maneira, compensar através do valor dos prêmios já fixados”, comenta.

O seguro de crédito existe no Brasil há 20 anos e, nesse período, o mundo já passou por várias crises. “E não foi isso que fez com que o seguro de crédito se desenvolvesse no Brasil”, considera Alves.

A maioria das empresas brasileiras que poderiam contratar o seguro de crédito ainda considera esta proteção uma despesa dispensável. “Acho que algumas têm razão. Porque o seguro de crédito tradicional, como tem sido visto até agora, é tão rígido que não está adaptado às circunstâncias de um mercado como o brasileiro. Até agora as seguradoras de crédito trouxeram um modelo, que na Europa teve seu potencial atingido nos últimos 80 anos. Mas no Brasil tem uma economia com características diferentes”, analisa.

O executivo reconhece que as seguradoras têm feito pouco para aumentar o conhecimento sobre o seguro de crédito e as vendas deste produto. O ideal, segundo ele, é que o seguro de crédito torne-se mais flexível e eficaz ao longo do tempo.

Fonte: Revista Apólice

Att.

Patricia Campos

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