segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Resseguro em um novo cenário

Nesse sentido, especialistas acreditam que a quebra do monopólio estatal do setor, ocorrida há dois anos, garantirá o dinamismo que a área exige. Os ramos de seguro que mais vão registrar aumento de demanda por resseguro, na visão de especialistas e integrantes do mercado, serão o de garantia, para compromissos contratuais, e o de risco de engenharia, que cobre a realização de obras. Especialistas e executivos garantem que há capacidade no mercado brasileiro para grandes riscos, diferentemente do que sugerem o governo federal e as construtoras.

"O momento do mercado brasileiro é muito bom. Os investimentos estão garantidos, o que dá bastante margem para os setores do seguro e do resseguro que lidam com grandes riscos crescerem. Além disso, o mercado está apto para segurar os grandes projetos", afirma o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Resseguro (Aber), Paulo Pereira.

Pelos cálculos da Aber, o faturamento do setor para 2010 ficará em linha com o registrado em 2009, que foi de US$ 2 bilhões. A partir do ano que vem, a receita acompanhará o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Pereira afirma que no momento não é possível enxergar o crescimento do setor por meio dos números, devido à recente quebra do monopólio estatal.

Durante 69 anos, todos os contratos de resseguro do país tinham de ser feitos com o Instituto de Resseguros do Brasil, que com o fim da reserva de mercado, em 2008, passou a se chamar IRB Brasil RE. Atualmente, há 90 resseguradoras cadastradas na Superintendência de Seguros Privados (Susep), divididas em três categorias: locais, admitidas e eventuais.

As locais são as companhias de capital nacional; as admitidas são empresas estrangeiras que têm escritórios no País; e as eventuais são aquelas que não possuem escritórios no Brasil, mas atuam no mercado brasileiro. O País possui seis resseguradoras locais, 24 admitidas e 60 eventuais, de acordo com a Susep. "O fim do monopólio foi muito bom para o mercado brasileiro. Temos agora os maiores resseguradores atuando no Brasil. Isso é muito bom porque cria competição e aumenta a qualidade do serviço prestado", diz Pereira.

CAPACIDADE

Com relação à capacidade do setor, Pereira garante que o mercado brasileiro está apto a segurar e ressegurar grandes riscos. De acordo com ele, o Brasil representa apenas 1% do mercado global de resseguros, estimado em US$ 200 bilhões.Ele informa ainda que do total de empresas cadastradas no País, dez são os maiores grupos seguradores do mundo, que respondem por 50% do mercado mundial. "Como um mercado tão grande como o de resseguros não tem capacidade para absorver US$ 2 bilhões?", questiona.


De acordo com o especialista, se não houvesse capacidade no mercado o primeiro pacote de seguro garantia da usina de Belo Monte, que permitiu a execução das obras e início da operação dentro do prazo, por exemplo, não teria sido feito. Ele lembra ainda que as usinas do Rio Madeira já estão cobertas, assim como boa parte das operações da Petrobras no pré-sal. "Eu gostaria de saber onde falta capacidade no mercado, já que os projetos mais recentes foram garantidos?" A opinião de que não falta capacidade ao mercado é compartilhada pelas empresas ouvidas pelo Jornal do Commercio. Segundo o presidente da resseguradora local Mapfre Re do Brasil, Bosco Francoy, o fato de as resseguradoras repassarem risco entre seus pares internacionais permite que o Brasil tenha a sua disposição a capacidade mundial do setor e não apenas a local.

"Sem dúvida toda a capacidade de resseguro mundial está disponível no Brasil. Quando os termos e condições estão de acordo, os riscos são colocados sem problema", diz Francoy.Na avaliação do superintendente de Grandes Riscos da Allianz Seguros, Angelo Colombo, a afirmação de falta capacidade é uma queixa das grandes construtoras.

Ele explica que o fato de no Brasil haver poucas grandes construtoras e de elas trabalharem nos projetos sempre em consórcio dificulta um pouco a realização de novos contratos de seguro garantia.Há um limite de garantia estipulado pelas resseguradoras para cada empresa, explica. Se uma construtora já possui um grande contrato de resseguro, o próximo que ela vier a fazer já levará em consideração o risco que ela tem acumulado. "É mais ou menos como em um banco. Não dá para pegar crédito a toda hora a menos que você aumente seu patrimônio líquido. Há um limite por construtora, que já está esgotado, mas isso não significa que não haja capacidade no mercado.
O que há são poucos players tomadores de seguro garantia", afirma Colombo. A Allianz atua com uma resseguradora admitida no Brasil chamada AGCF.


O presidente da JMalucelli Resseguradora, Alexandre Malucelli, concorda que o problema não é falta de capacidade no mercado. Um exemplo de que não há essa situação, segundo ele, está na maneira pela qual ocorreu a emissão da primeira apólice de garantia da concessão de Belo Monte - o governo federal teve que fazer uma concorrência pública para contratar o seguro da usina. A JMalucelli liderou o pool de 2 seguradoras e 15 resseguradoras que emitiu a primeira apólice de garantia da concessão de Belo Monte, no valor de R$ 1,045 bilhão.

Após 69 anos de monopólio, o IRB Brasil RE está há dois convivendo com a competição. O gerente comercial da companhia, José Farias, ressalta que a companhia não está preocupada com a gradual perda de participação no mercado - atualmente o IRB detém 63% do mercado nacional de resseguros. De acordo com ele, o monopólio trouxe um bônus ao IRB: a empresa é a que acumula maior banco de dados do setor e profissionais com experiência em todas as áreas do resseguro.

Fonte: Jornal do Commercio RJ

Att.

Patricia Campos

Telefax: (31) 3463-2838 / Cel: (31) 9675-5477


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