O setor está sendo impulsionado pelo crescimento da economia.
Os números mostram que os brasileiros estão procurando mais por seguros, dos tipos mais diversos. Há uma busca por poupança e o seguro é um bom instrumento para este cuidado", diz o presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg), Jorge Hilário Gouvêa Vieira.O setor, na verdade, já mostra muito vigor. No primeiro semestre deste ano, as vendas de seguros somaram R$ 40,9 bilhões, aumento de 16,7% em relação a igual período de 2009, segundo números da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Esses números não englobam, contudo, o seguro saúde, que está sob a jurisdição da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Segundo o superintendente da Susep, Paulo dos Santos, boa parte desse crescimento pode ser atribuída ao aumento do poder de compra de milhões de brasileiros. "Essas pessoas estão adquirindo bens e procuram o seguro para ter uma garantia de que não vão perder o patrimônio conquistado com tanto esforço", afirma.
Para o presidente da CNSeg, o crescimento do mercado pode chegar a 17% este ano. Entre os segmentos que podem puxar esta alta está o de grandes riscos, que faz a cobertura de projetos de infraestrutura."O mercado se mostrou apto a dar esta cobertura de riscos." Esta visão é compartilhada pelo superintendente da Susep. "As perspectivas são muito positivas", observa Santos.
Ao observar os números do setor nos últimos anos é possível ver uma clara evolução. A arrecadação de prêmios, por exemplo, totalizou R$ 109,2 bilhões no ano passado, um salto de 48,3% na comparação com os R$ 73,6 bilhões de 2006. Já as reservas técnicas foram a R$ 237,1 bilhões em 2009, alta de 80,5% na mesma base de comparação.
O retorno à sociedade (pagamento de indenizações, benefícios e resgates) chegou a R$ 39,7 bilhões no ano passado. Os investimentos do setor somaram R$ 306,1 bilhões, o equivalente a 9,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O montante é 74,5% maior que os R$ 175,4 bilhões de 2006, que representavam 7,5% do PIB.
Jorge Hilário Gouvêa Vieira afirma que o mercado tem perspectivas muito boas. "Não é a toa que muitas empresas estrangeiras estão vindo para o Brasil", diz. De acordo com ele, estas companhias não estão apenas interessadas em comprar empresas brasileiras, mas também em começar do zero. "Isso mostra que todos estão muito interessados em acompanhar o desenvolvimento do mercado. Há muitos anos que eu não via tanta procura sobre a possibilidade de investir no Brasil. Isso me leva a acreditar que no futuro teremos uma participação maior do que já temos no PIB." O presidente, que está à frente da CNSeg há apenas três meses, diz que já foi procurado por cerca de seis empresas estrangeiras de olho no Brasil. "Isto, para um mercado como o nosso, é impressionante." Segundo Gouvêa Vieira, a grande apólice do brasileiro ainda é a de veículos. "O segmento de saúde também é muito expressivo. Os seguros de danos pessoais e a previdência complementar vêm se desenvolvendo muito fortemente, mas não são o carro-chefe."
Apesar da força de diversos segmentos, os seguros de vida ainda caminham a passos lentos no País. O executivo afirma que, ao contrário dos países mais desenvolvidos, a economia brasileira representava um entrave para esta modalidade. "Historicamente este é um segmento que se desenvolveu menos, por causa da instabilidade da moeda. O Brasil tem uma moeda forte há apenas 16 anos e isto, para o mercado de seguros, é ontem", comenta. Segundo ele, aos poucos, os clientes estão compreendendo melhor a força da economia e, com isso, procurando mais os seguros de vida, deixando grande espaço de crescimento para este segmento.
"Certamente o brasileiro está mais consciente sobre a necessidade de estar protegido. Hoje, todo o esforço de marketing das empresas está focado em mostrar a importância do seguro. Essa publicidade está sendo muito bem acolhida." Um dos nichos com maior potencial é o dos consumidores com menor poder aquisitivo. De acordo com Gouvêa Vieira, as companhia têm domonstrado grande interesse nas classes C, D e E. "Para isso, elas estão criando produtos específicos, com tickets muito baixos, inclusive com oferta de microsseguros." O presidente da CNSeg afirma que ainda falta informação sobre o mercado e que este é o grande entrave para o seu desenvolvimento. Para ele, as companhias estão fazendo um bom trabalho, com taxas de expansão expressivas, mas que os gargalos ainda precisam ser identificados.
"Temos que investigar por que a participação no PIB do setor está tão aquém do que poderia ser, se compararmos com os mercados mais desenvolvidos. Também precisamos saber por que o seguro de vida ainda é tão pequeno. Será que é um produto mal desenhado? Ou o problema está no órgão regulador, nas leis?", questiona Gouvêa Vieira.
Fonte: Jornal do Commercio RJ
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Patricia Campos
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