De acordo com o analista de mercado Luiz Roberto Castiglione, o mercado segurador brasileiro (sem o seguro saúde) encerrou o primeiro semestre com um lucro líquido não consolidado de R$ 4,2 bilhões contra R$ 5,1 bilhões do mesmo período em 2009, o que representa uma queda nominal de 17%.
O forte crescimento do Seguro de Garantia Estendida (48,90%) e Prestamista (22,6%), além dos resultados de Vida Individual (33,24%) e Previdência VGBL (22,21%), demonstram que os consumidores pessoas físicas estão cada vez mais familiarizados com os produtos disponíveis e são um dos principais vetores para o crescimento do setor.
Entretanto, há resultados preocupantes, em especial no que se refere às principais carteiras voltadas às pessoas jurídicas e que integram o segmento de grandes riscos. Embora o Seguro Empresarial tenha apresentado alta de 14% no primeiro semestre, Riscos de Engenharia sofreu queda de - 27,86% e Garantias de -22,64%. No setor de Transportes, os Seguros de Transportes Nacionais cresceram 16,61%, mas Transportes Internacionais -2,13%.
"Os números parecem confirmar problemas de infra-estrutura e de transportes, combinados com um perigoso cenário de economia aquecida, alta das importações e queda das exportações", aponta o consultor Carlos Barros de Moura, da BarrosDeMoura & Associados e da Associação Paulista dos Técnicos de Seguro.
O especialista alerta que, sobretudo nos ramos relacionados aos grandes riscos, "o mercado continua bastante seletivo e criterioso na subscrição, considerando que existe capacidade comprovada para as coberturas, em função do crescente competitividade no setor e da abertura do mercado de resseguros".
Limites de capacidade
Como o Brasil se prepara para um longo período de investimentos em grandes obras e eventos, haverá nos próximos anos crescente demanda para seguros de grandes riscos, que movimentam R$ 4 bilhões por ano, segundo dados da Susep, e têm potencial para aumentar esse montante em mais de R$ 1 bilhão por ano, desde que o mercado consiga equacionar problemas ligados à aceitação dos grandes riscos.
Assim, o cenário atual e futuro indica que o mercado corre contra o tempo para não deixar os segurados sem cobertura, encontrando um ponto de equilíbrio para suas diretrizes de subscrição mais rígidas e maior seletividade dos riscos e a capacidade dos segurados para atender às novas exigências impostas pelas seguradoras.
Está mesmo claro que, por um lado, a abertura do mercado de resseguros no Brasil trouxe maior capacidade de aceitação de riscos para as seguradoras. Mas, por outro lado, elas estão bem mais exigentes. Essa é uma das conclusões do "Relatório de mercado 2010 - A competição tem recompensas", documento global preparado pela corretora Marsh, que mapeia a capacidade das principais linhas de seguro pelo mundo.
De acordo com o documento, hoje tudo depende da qualidade do risco e das informações disponíveis sobre as empresas brasileiras para que o mercado segurador esteja disposto a aceitar os riscos envolvidos.
Além disso, há um dado bastante sugestivo: ao analisar a capacidade total em Seguro Garantia, que é um dos principais ramos ligados às grandes obras, o estudo aponta que as seguradoras já estão com suas linhas de garantia esgotadas nos mercados locais. [2]
"Será necessário, de agora em diante, um esforço conjunto de todos os agentes da cadeia produtiva do setor - resseguradoras, seguradoras, corretoras e segurados - para conseguirmos sair do papel e darmos as coberturas necessárias para realizar sem sustos e correrias a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, por exemplo", avisa o consultor Barros de Moura.
Fonte: MidiaSeg
Att.
Patricia Campos
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