segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Consultor vê fragilidade na área suplementar

O sistema suplementar de saúde, composto pelas operadoras de planos e seguros de saúde, beneficiários e prestadores de serviços, está muito fragilizado, conforme alerta o consultor Horácio Cata Preta, diretor da HCVP Consultoria Empresarial. Para ele, esse sistema, que hoje atende 25% da população brasileira, foi fortemente afetado pela inflação dos chamados custos médicos e hospitalares, resultante de novas tecnologias, procedimentos e medicamentos, assim como pelo aumento da demanda de serviços, as contínuas normas regulamentadoras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a queda na oferta de leitos hospitalares e os sucessivos conflitos com os prestadores de serviços, especialmente os médicos, todos em busca de melhor remuneração.

Cata Preta julga importante que haja mais liberdade de atuação para as operadoras na elaboração dos produtos e também menos ingerência nas atividades operacionais.

Ele sugere que a atuação da ANS seja revista, pois "a agência recebeu diretrizes para um projeto irrealizável, de equalizar os serviços das operadoras de planos e seguros de saúde ao padrão ideal do Sistema Único de Saúde (SUS) com atendimento integral à população.

"Antes de se alcançar esse objetivo ideal é fundamental que as operadoras tenham lastro econômico-financeiro para sustentar suas atividades. É importante ressaltar que o sistema privado é suplementar. O SUS é o sistema oficial e de cobertura integral", observa.

FALHAS

Na avaliação do consultor, hoje, o sistema suplementar de saúde funciona melhor do que o SUS, mas com várias fissuras estruturais no seu modelo econômico-financeiro, pois está concentrado nas regiões Sudeste e Sul e com baixa penetração no Centro-Oeste, Norte e Nordeste, especialmente nas pequenas cidades.

Ele sustenta que o sistema privado tem ampla aprovação por parte dos usuários, mesmo sem oferecer atendimento dentro dos padrões almejados pela ANS. "Há alguns desafios a vencer, como a eliminação de barreiras de acesso aos idosos e aos portadores de doenças preexistentes, cuja solução está mais nos cálculos atuariais e estatísticos relacionados à utilização dos serviços médico-hospitalares do que em resoluções emanadas da ANS", aponta Cata Preta Segundo o consultor, o problema se agrava na medida em que o SUS não consegue cumprir sua missão de proporcionar atendimento integral à população para redução do risco de doença e de outros agravos e permitir o acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.


Att.

Patricia Campos

Telefax: (31) 3463-2838 / Cel: (31) 9675-5477

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