Entre R$ 800 mil e R$ 400 mil são os gastos estimados para as famílias das classes B e C educarem seus filhos da pré-escola à faculdade. Nos dois extremos estão os gastos da classe mais rica, cerca de R$ 1,6 milhão, e da classe mais pobre, em torno de R$ 168 mil. O levantamento feito pelo Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing (Invent) demonstra que custa caro para todas as classes sociais manter os filhos estudando.
Mas toda a expectativa pelo futuro dos herdeiros pode ser comprometida em caso de desemprego, invalidez ou morte do responsável pelo aluno. O seguro educacional surgiu justamente para apoiar as famílias nessas situações e garantir a permanência do aluno na instituição de ensino.
Dirigido particularmente às instituições de ensino privado, o seguro educacional tem conquistado a adesão de vários estabelecimentos por ser também um meio de reduzir as taxas de inadimplência nas faculdades e universidades particulares. A oferta mais comum é de apólice coletiva, com a adesão de, pelo menos, 50% dos alunos matriculados. O prêmio varia, geralmente, entre 1% e 3% da mensalidade escolar.
As escolas oferecem dois tipos de produtos: um em que a própria instituição contrata o seguro e inclui o valor na mensalidade e outro em que adiciona um valor à parcela apenas para aqueles que aderirem ao seguro. A maioria dos produtos cobre as despesas com as mensalidades escolares no caso da morte do responsável pelo pagamento, assistência médica 24 horas em situações de emergência, três a quatro meses para as mensalidades escolares em situação de desemprego.
Dependendo do contrato, também podem ser cobertas aulas particulares para que o aluno não seja prejudicado em caso de afastamento por doença ou acidente, locomoção para tratamentos fisioterápicos e frequência na escola, além de locação de aparelhos ortopédicos. A repetência é uma cobertura, em geral, contratada só para um ano. Caso o aluno seja reprovado, as mensalidades voltarão a ser pagas pelo seguro no ano seguinte, mediante declaração da escola da aprovação do estudante. A indenização do seguro também não é paga quando ocorre aposentadoria por invalidez do responsável pelo aluno.
Potencial
Considerando apenas o número de instituições privadas de ensino superior, quase 2,1 mil, é possível medir o tamanho do campo a ser explorado pelo ramo. Entretanto, as últimas estatísticas indicam que o seguro educacional ainda está longe de atingir todo o seu potencial. No primeiro semestre de 2011, o seguro respondeu por apenas 0,10% do total de prêmios diretos do ramo vida (sem o VGBL), fatia menor que a de 0,12% detida de janeiro a junho de 2010.
Nesse período, o faturamento em prêmios foi de R$ 9,26 contra R$ 9,37 milhões no primeiro semestre de 2011, o que demonstra uma ligeira recuperação. Porém, a sinistralidade aumentou. A margem de prêmios ganhos, que estava positiva em 0,9% no período de janeiro a junho de 2010, ficou negativa em 50,1% em janeiro a junho de 2011.
Embora os resultados ainda estejam aquém do esperado, o futuro promete. Além de garantir a continuidade da educação de crianças e jovens, o seguro educacional representa um benefício social importante na medida em que impede o abandono escolar. Daí porque esse seguro pode ser um bom negócio para estudantes, pais e mantenedores.
Fonte: CVG-SP - Márcia Alves
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Patricia Campos
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