domingo, 4 de agosto de 2013

Planos de saúde ficam mais caros para mais de 8 milhões de clientes

O reajuste autorizado é maior que a inflação e atinge um quinto dos usuários de planos de saúde do Brasil.






Os planos de saúde vão ficar mais caros para quase 8,5 milhões de brasileiros. E o reajuste autorizado é maior que a inflação.

O aumento atinge um quinto dos usuários de planos de saúde do Brasil. As operadoras já podem reajustar os planos individuais e familiares em até 9,04%. O índice definido pela Agencia Nacional de Saúde Suplementar é o maior em 8 anos, e bem maior que a inflação dos últimos 12 meses, que foi de 6,4%.

A ANS não explica como é feita a conta para chegar nesse número, apenas o que levou em consideração.

Para definir o índice de reajuste dos planos individuais, a ANS usa o índice de reajuste dos planos coletivos, definidos em negociações entre empresas e operadoras, e também a nova lista de procedimentos cobertos pelos planos.

Especialistas criticam o uso dos planos coletivos como referência para o reajuste. “A gente entende que esse percentual é muito elevado. Porque não teve clareza por parte da ANS. Assumir que está tendo por parâmetro o que os planos coletivos fazem é um absurdo”, comenta a advogada Estela Tolezani.

As operadoras usam, principalmente, a lista de procedimentos para justificar o aumento. Entre os 60 novos procedimentos que os planos devem cobrir estão cirurgias com uso de vídeo, como a de redução de estômago, e medicamentos para doenças crônicas, como artrite.

“Na área médica, a inflação é diferente da inflação comum. Ela tem que acrescentar o custo de novos procedimentos, das novas tecnologias que entraram em vigor”, afirma Arlindo de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo.

O reajuste é retroativo a maio.  Como o aumento só foi autorizado no fim de julho, quem, por exemplo, tem plano que fez  aniversário em maio, vai pagar a diferença desses três meses de maneira parcelada, até outubro.

Denise Giardina já compromete quase metade do salário com o plano. Um aumento desse tamanho assusta a secretária. “O salário não sobe isso. Você não tem só plano de saúde para pagar. Você tem toda a sua vida, você tem impostos, tem luz, tem água, tem telefone, tem que comer, tem que vestir”, diz.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar informou que as empresas privadas conseguem descontos nas negociações com as operadoras de planos de saúde. E que, por isso, usa os aumentos dos planos coletivos como referência para os planos individuais.

Ainda segundo a agência, no caso de planos individuais e familiares antigos, que não tenham o índice de reajuste estabelecido no contrato, o reajuste máximo será de 9%.

Fonte: site Jornal Nacional

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Att.

Patricia Campos

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