O Itaú Unibanco confirmou, no dia 22/01, que pretende vender sua operação de seguros de grandes riscos, conforme antecipou o Valor PRO, serviço em tempo real do Valor, na terça-feira. O banco informou que o processo de venda será competitivo e deve ser iniciado “nos próximos dias”. Como é obrigatório para empresas de capital aberto, o banco disse que vai tornar público o resultado das negociações “imediatamente” após a sua conclusão.
As informações foram prestadas pelo banco por meio de comunicado ao mercado, depois que a bolsa e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) solicitaram esclarecimentos sobre a reportagem do Valor que informava a decisão do banco.
O que está na mesa de negociações é a divisão de seguros corporativos do banco, que envolve grandes riscos. Essa carteira fatura cerca de R$ 1,7 bilhão em prêmios de seguros por ano e tem grandes empresas como clientes.
As matrizes de grandes seguradoras internacionais que operam nesse ramo no Brasil receberam, no fim do ano passado, um prospecto da operação. Nele, o banco explica que tem interesse em vender o negócio por uma questão de custo de capital. Pelas regras de Basileia 3, que entraram em vigor em 2013, as atividades de seguro passaram a pesar mais sobre o capital dos bancos.
Em relatórios a clientes, o J. Safra avalia que essa é uma decisão estratégica do banco e parece preservar seu capital. Os analistas Francisco Kops e Giovanna Rosa estimam que, considerando a rentabilidade da divisão, a venda deva ser efetuada por aproximadamente seu valor patrimonial: em torno de R$ 1 bilhão.
Os analistas informam que o segmento de seguros de grandes riscos foi responsável por 10,8% do total de receitas com prêmios (R$ 242 milhões) da área de seguros do Itaú no terceiro trimestre, e por 17,6% das indenizações pagas (R$ 164 milhões) no período.
“À primeira vista, tal estratégia parece fazer sentido, devido especialmente: à grande necessidade de resseguros, segmento no qual o Itaú não é um player relevante; ao ROE menor que a média do banco (cerca de 10%); ao mercado muito competitivo; e à ampla volatilidade de seus resultados”, afirmam os analistas.
Fonte: Valor Econômico
Att.
Patricia Campos
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